Quem lida com pessoas, especialmente com pessoas que sofrem, está sempre pondo em voga valores e posicionamentos que são impossíveis de não serem também pessoais. Mais do que isso, há o fato de que quando se estuda psicossomática, se aprende a atentar ao significa particular que uma coisa adquire a uma certa pessoa, com sua história e seu presente, de modo que nos sensibilizamos ao humano das histórias e destinos que nos trazem e isso, obviamente, levamos para a nossa vida.
O primeiro e grande ensinamento da Psicossomática é: todo fenômeno humano assume um caráter extremamente único, pois o mesmo fato histórico é vivido por organismos diferentes, com histórias diferentes, propósitos diferentes e uma constituição bio-energética diferente, que, por sua vez, recebe a influência desses fatores de novo e de novo, em movimento espiral que confere uma configuração especialíssima e única a cada ser em cada momento.
Em alguns distúrbios físicos, os fatores psicológicos contribuem direta ou indiretamente para a etiologia; em outros, os sintomas psicológicos são o resultado direto de uma lesão afetando órgãos endócrinos ou nervos. Os sintomas psicológicos também podem ser 'uma reação a um distúrbio físico. Os sintomas físicos podem ser devido a um stress psicológico.
Em algumas distonias, um componente biológico necessário (ex.: tendência genética ao diabetes melitus não insulino - dependente), quando combinado com reações psicológicas (ex.: depressão) e stress social (ex.: pessoa perde um ente querido) resulta em condições suficientes para produzir um distúrbio daí o termo BIOPSICOSSOCIAL.
Os fatores estressantes e as reações psicológicas podem ser vistos como fatores precipitantes. As reações psicológicas são inesperadas e inespecíficas e podem estar associadas a uma série de distúrbios como diabetes melitus, lúpus eritematoso sistêmico, leucemia e esclerose múltipla A importância dos fatores psicológicos varia muito entre diferentes pacientes com o mesmo distúrbio (ex.: asma em que os fatores genéricos são iguais, alegria, infecção e emoções, interagem em graus variados).
O stress psicológico pode precipitar ou alterar o curso de distúrbios físicos maiores. Obviamente, as emoções podem afetar o sistema nervoso autônomo e secundariamente a freqüência cardíaca, sudorese e peristaltismo intestinal. A psiconeuroimunologia tem demonstrado uma inter-relação entre a reações afetando a mente (cérebro) e alterações nas respostas imunológicas.
Os fatores psicológicos podem influenciar indiretamente o curso de vários distúrbios. Comumente, a necessidade de o paciente negar sua doença, ou sua gravidade, pode conduzir a não aceitação da terapia, ou ao uso de uma medicina complementar ou alternativa. No diabetes, por exemplo, o paciente pode se tornar deprimido, devido a sua infinita dependência de injeções de insulina e do manejo cuidadoso da dieta e, dessa forma, negar a sua necessidade das mesmas e negligenciar a terapia. O resultado disso é um diabetes pseudo-instável, que não pode ser controlado, a menos que o conflito do paciente em relação à sua dependência esteja resolvidos. O mecanismo de negação também pode levar os indivíduos com hipertensão arterial ou epilepsia a não tomar suas medicações e outros pacientes a rejeitar procedimentos, diagnósticos ou cirurgias.
De uma forma crescente, hoje tratamos de distúrbios que são prováveis de decorrência ou resultam em incapacidade física (ex.: infarto do iniocardio, hipertensão, acidente vascular cerebral, diabetes melitus, artrite reumatóide, distúrbios respiratórios crônicos).
O stress psicológico e social pode alterar o curso de uma doença clínica, interagindo comumente com a predisposição hereditária do individuo, perfil de personalidade, e· respostas endócrinas e autônomos às suas necessidades e costumes.
Dr. Luis Eduardo Justiniano M.
Psicanalista Clinico, Psicoterapeuta, Hipnoterapeuta, PNL, Terapeuta Floral,
Constelador Familiar, Especialista em Dependência Química e Comportamental
Coordenador e Didata do Curso de Psicanálise(IBRAPCHS)